domingo, 21 de fevereiro de 2010

Da série Flash Becks


Era noite. Morava em uma cidade chamada Ilha Solteira aonde ficava a faculdade. Existe o grande rio Paraná, que divide a cidade e o estado de São Paulo da porção de terra sul-matogrossensse, e era lá que eu e meus amigos íamos nos refrescar e tentar, porque não, uma aventura ou outra. Dessa vez optamos por acampar num barco double deck abandonado próximo à margem do rio. À noite, as águas parecem calmas mas somente quando entramos até os pés que sentimos a força da correnteza. Todos se preparavam para alcançar o barco. Os mais espertos subiram metros acima do local do barco afim de serem levados até sua proximidade. Eu não. Com toda a experiência de uma bixete criada pela avó, nadei reto, certa de que alcançaria meu bando com as mãos estendidas na porta do barco. As mãos passaram e a correnteza me levou. Eu batia os braços com a velocidade de uma turbina: em vão. Cada vez mais me desesperava ao ver o barco ficando pra trás e eu cansada, aflita, só pensava "vou morrer, vou morrer". Por fim, um amigo, o Vandeco, decidiu pular na água e me ajudar a boiar até a margem, bem mais adiante do rio Paraná. Acampamos, nos divertimos, observamos um pôr-do-sol inesquecível com aves bailando naquele céu majestoso, apesar do susto geral. Quando percebo que estou sendo teimosa, ainda me lembro daquela cena. Nadar contra a correnteza não é preciso, ficar à deriva sim.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010




Achei ótimo!