sábado, 27 de junho de 2009

Mundo arruinado


Crise econômica, aérea, no senado e na mpb. Crise no sistema judiciário. Nas eleições iranianas. No sistema imunológico, contra gripes e resfriados. Contra tudo. Anti-biótico não ajuda. Crise na educação. Crise sem educação: chega e não pede licença. Pra saber se brasileiro é terrorista antes de atirar, se bandido é quem baixa conteúdo da internet. Crítica do garçom na hora de acender um cigarro. Momento crítico pegar volante depois de beber. Crise de consciência, andar de carro ou ir de bike? Crise é pagar a conta: máquina do mastercard quebrada. Crítica de professor, pai, mãe, tio e amigo. Até o cachorro distante perturba meu dia, latindo sem parar. Tá osso. Todo mundo em crise. E o Lula falava de marolinha. Crise é fazer político andar na linha: discurso-canja-de-galinha. Desculpa Tas, eu não fiscalizo o Sarney. O mundo é mais preocupado em velar pelo Michael (que andava com a carreira na crise). O espírito crítico dos jovens está arruinado. Sem crise, opinião pública hoje em dia, é formada no twitter. Em pílula e sintética, please. Que é pra ver se a gente engole aos poucos o cotidiano, sem graça. Até o plantão da globo tá na crise porque noticiário virou sinônimo de desgraça mesmo. Tomara que a crise passe, senão neguinho acostuma. Acha normal, fica impassível. Uma esbórnia. Vida crítica.

Em Ruínas
Têm dez meses que a gente não dorme
Não vê, não discute e não ri
E a vida virou simplesmente
A chegada do eterno partir

O dia virou serenata
No canto de lá do quintal
E a varanda é poesia sem rima
E a dança é lençol no varal

Do armário restaram vestidos
Que quase ou nunca usei
Os bailes cessaram meu tempo
Dos passos no chão que ensaiei

E da brisa dos teus vendavais
Das risadas molhadas de vinho
Marchinhas dos carnavais
Do telhado coberto de ninho

São lembranças que não movem mais
Velhas pás do nosso moinho

Casa antiga, rachaduras
Velha amiga que perdura
Como meus cabelos brancos
Como vincos das minhas rugas

(Escrita em 22 de janeiro de 2005. Encontrada hoje)

5 comentários:

Saulo Moraes / Patrícia Barilari disse...

Hahaha A crise virou moda!


Puta poema... de quem é?

Mariana disse...

Valeu Saulo!
É meu, bem das antigas, mas pareceu atual

Mariana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bárbara Santos disse...

Vida crítica, vida em crise.
Tudo passa mas nada muda. Apesar que se tudo fosse perfeito, será mesmo que haveria a paz?!
A paz existiria se Adão e Eva não tivessem pecado, hj pagamos o preço! rs
Mas creio que todas esses fatos faz parte da vida, se não houvesse isso nossas vidas seriam monótonas!

Parebens pelo texto Má!

beijo

Mariana disse...

Bom se adão e eva pecaram bom pra eles, pelo menos gozaram o tinham q gozar HAHAHA