quinta-feira, 3 de setembro de 2009

7 passos que levam ao 7 de setembro


Vamos à luta!

Sampa. Dia 7 de setembro às 14horas em frente ao MASP, Avenida Paulista, Passeata #forasarney!

Achei esse post mastigadinho do lado negro da força que governa esse país, opa, corrigindo: o único lado!


Como ser um filha-da-puta em 7 passos:


1º A tragédia.

Em 15 de janeiro de 1985, o mineiro Tancredo Neves (PMDB) foi eleito presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral, tendo José Sarney como vice-presidente. Na véspera da posse, 14 de março, Tancredo baixou o hospital, gravemente doente. Em 21 de abril (na mesma data da morte de Tiradentes), Tancredo faleceu vítima de infecção generalizada, aos 75 anos. Terminava a tragédia e começava o embuste.


2º A farsa – o início

As novas gerações talvez não saibam, por isto é bom relembrar as origens de José Sarney na política. Nhonhô Sarney despontou na política nacional nos anis 60, alinhado à União Democrática Nacional (UDN – pra melhor entender, hoje seria uma junção de PSDB e DEM). Inicialmente apoiou João Goulart, então no poder. Depois do golpe de 64, passou para a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), o partido que apoiava a ditadura militar. Governou o Maranhão (1966-1971, sob a condescendência dos generais de plantão) e cumpriu dois mandatos como senador (1971-1985), tornando-se um dos principais representantes políticos do regime militar. Em 1979. Após o fim do bipartidarismo, participou da fundação do PDS (Partido Democrático Social), que igualmente apoiava os gorilas fardados.


3º A farsa – o oportunista

Em 1984, quando o vento mudou de lado (isto é, as cada vez mais vigorosas mobilizações populares prenunciavam o fim da ditadura militar), Sarney deixou o PDS e ingressou no PFL (Partido da Frente Liberal – hoje o DEM) e, depois de costurar uma aliança com o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), foi indicado como vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, pela Frente Liberal. Em virtude do falecimento de Tancredo, assumiu a presidência no dia 15 de abril de 1985.

Pra ficar bem claro: Sarney apoiou a ditadura – período em que consolidou o seu império midiático e político no Maranhão – e quando pressentiu o início do fim se bandeou para a oposição, aconchegando-se no colo do PMDB (o comportamento clássico do rato que abandona o navio que naufraga). Assim foi alçado à presidência da República por conta de uma fatalidade, a morte de Tancredo Neves. Resumindo: o que a nação não queria aconteceu: o primeiro presidente civil, depois do regime militar, foi um fiel discípulo da caserna transmutado de democrata. Bendita diverticulite (doença que matou Tancredo Neves).


4º A farsa – o golpista

No poder, o governo de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (nome que o coronel recebeu na pia batismal) caracterizou-se pela mediocridade nas políticas sociais e a incompetência na política econômica. Depois de quatro planos econômicos – Cruzado I e II, Bresser e Plano Verão – Maílson da Nóbrega, então o derradeiro ministro da Fazenda de Sarney, hoje conceituado palpiteiro econômico, deixou o país com uma inflação de 2,751%, 80% ao mês. As elites, porém, não tiveram do que se queixar. A Rede Globo, por exemplo, consolidou o seu império midiático, graças ao beneplácito de Antonio Carlos Magalhães (o malfadado ACM), ministro das Comunicações de Sarney (cuja emissora de tevê no Maranhão, é bom registrar, até hoje é associada da Globo.

Depois de garantir mais um ano no poder (foi eleito para quatro e ficou cinco anos), em 1990, após a transmissão do cargo de Presidente a Fernando Collor de Melo em 1990, Sarney transferiu seu domicílio eleitoral para o recém-criado estado do Amapá, antigo território, e candidatou-se e venceu no Senado Federal no mesmo ano.


5º Day after – impunidade sempre

Segundo denúncias de imprensa da época, a transferência de domicílio eleitoral e a consequente eleição, seria para impedir que Collor entrasse processo para vasculhar irregularidades durante a presidência do coronel.. Sarney reelegeu-se no Senado em 1998 e 2006 e desde então, é representante do Amapá no Senado há quase vinte anos.

Nas eleições de 2006, embora com o mais alto índice de rejeição dentre os candidatos ao Senado pelo Amapá nas pesquisas pré-eleitorais, Sarney venceu o pleito e manteve-se no Senado Federal com 53,8% dos votos válidos, contra 43,5% da segunda colocada, Maria Cristina Almeida (PSB), e 1,2% da terceira colocada, Celisa Capelari (PSOL).


6º Os canalhas envelhecem (e continuam infames)

Em sua atividade legislativa, Sarney tradicionalmente apoiou o governo, como fez na época do presidente João Goulart antes do golpe militar. Posteriormente, integrou-se à Aliança Renovadora Nacional após o golpe de 1964. Na década de 1980, Sarney, juntamente com políticos do PDS, como Antônio Carlos Magalhães e Marco Maciel, deixou o governo para fundar a Frente Liberal (atual DEM) e foi candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo Neves. Anos depois, após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, Sarney aliou-se ao sucessor, Itamar Franco.

Posteriormente, foi aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso, elegendo-se Presidente do Senado com seu apoio, e hoje é aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


7º O deboche final.

Em 2 de fevereiro de 2009, foi eleito e tomou posse como Presidente do Senado Federal do Brasil, pela terceira vez. Sarney foi eleito com 49 dos 81 votos dos senadores, derrotando o adversário do PT, Tião Viana.

Como bem observou Nélson Rodrigues, os canalhas também envelhecem. No Brasil, mesmo decrépitos, eles resistem e não largam o osso.

Cabe a nós – eu e você que me lê – trabalhar para interromper este circulo perverso. O primeiro passo é cortar a cabeça da hidra:

#forasarney!!!

*obrigada Jens

Mais dele:

www.tocadojens.blogspot.com

ACESSA JÁ! ------------> www.forasarney.com.br

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