sábado, 29 de agosto de 2009

Ânsia no Cinema Alternativo


"Seja quente ou seja frio, se for morno te vomito."
Carta de Laudicéia, Bíblia Sangrada Sagrada

Eu não sei quem foi Laudicéia mas eu sei quem é Lars von Trier e se você não conhece já cometeu um pecado. Rodou Dogville, Manderlay e Dançando no Escuro, o musical da Björk. Sempre inovador, deixa em choque quem se acostuma fácil com formatos banais de cinema. Seu mais novo e polêmico filme promete horror. Vaiado pela crítica que o considera pesados 104 minutos de tortura, deixa claro em Cannes a que veio. Livrar-se das amarras que separam a sétima arte da receita hollywoodiana de fazer cifras. Tem gente que se entrega de corpo e alma a um diretor nada convencional, mesmo que não saiba até onde ele é capaz de ir. Outras preferem a receita mais do mesmo. Temas difíceis de digerir ou o entretenimento raso? Lars responde "tomara que seja considerado anticristo por não me submeter à padrões comerciais". Claramente inspirado na obra de Friedrich Nietzsche, O Anticristo, retrata o abismo e as angústias internas de um casal que tenta recompor-se numa cabana isolada de tudo e todos após a morte do filho. Cenas fantasmagóricas, fotografia surreal porém pesada. A crítica o chama de misógino então claro que poderia muito bem ter uma cena de mutilação vaginal. Enquanto aguardamos ansiosos a película chegar até nós, confiram o trailer.
E esse é Lars von Trier, um diretor que filma para si e, se você não gostou engula o vômito, porque morno ele não é. Anticristo.

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