"Seja quente ou seja frio, se for morno te vomito."
Carta de Laudicéia, Bíblia Sangrada Sagrada
Eu não sei quem foi Laudicéia mas eu sei quem é Lars von Trier e se você não conhece já cometeu um pecado. Rodou Dogville, Manderlay e Dançando no Escuro, o musical da Björk. Sempre inovador, deixa em choque quem se acostuma fácil com formatos banais de cinema. Seu mais novo e polêmico filme promete horror. Vaiado pela crítica que o considera pesados 104 minutos de tortura, deixa claro em Cannes a que veio. Livrar-se das amarras que separam a sétima arte da receita hollywoodiana de fazer cifras. Tem gente que se entrega de corpo e alma a um diretor nada convencional, mesmo que não saiba até onde ele é capaz de ir. Outras preferem a receita mais do mesmo. Temas difíceis de digerir ou o entretenimento raso? Lars responde "tomara que seja considerado anticristo por não me submeter à padrões comerciais". Claramente inspirado na obra de Friedrich Nietzsche, O Anticristo, retrata o abismo e as angústias internas de um casal que tenta recompor-se numa cabana isolada de tudo e todos após a morte do filho. Cenas fantasmagóricas, fotografia surreal porém pesada. A crítica o chama de misógino então claro que poderia muito bem ter uma cena de mutilação vaginal. Enquanto aguardamos ansiosos a película chegar até nós, confiram o trailer.
E esse é Lars von Trier, um diretor que filma para si e, se você não gostou engula o vômito, porque morno ele não é. Anticristo.
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