quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Meu melhor é ruim, mas meu pior é melhor ainda.

A merda que esse cara fez foi incrível. Começando pelo fato de que a merda maior foi ter nascido com essa cara, casou com uma mulher bonita, pegou a amiga bonita da mulher e ainda pensou em como toda essa merda poderia ficar pior fazendo as duas se degladiarem por ele em frente a uma webcam, via mundo. Um merdeiro de primeira.
Fez a fama? Deita e rola na cama.



É bom ser medíocre quando você o é com maestria.

Uma das razões de re-escolher estudar o que queria ao longo de anos, ou pelo menos daquela fonte beber (com todo o duplo sentido que a boemia permite) foi o fato da publicidade ser taxada de profissão ordinária por muitos.
Dizem que publicitário é um cara que não deu certo na vida. Que é um quase-alguma-coisa. Escreve bem, vá lá, mas provavelmente morrerá sem publicar um best-seller? Vire redator. Ilustra legal e tem boa noção estética mas nada comparado à Goya? Vá ser diretor de arte. Não basta ser quase, tem que assumir de corpo e alma e dizer na frente do espelho: eu sou especial vírgula: dentro do padrão comum - e isso- é fundamental.
Ser reles é uma arte. Esse quê de "sou bom no meu ruim" é maravilhoso. Uma dádiva que cavalga entre o banal e o genial só poderia manter-me no eixo quando não cogitamos estabilidade financeira e rotina. Ademais, estimula.
O homem inventou o diálogo, a mulher a fofoca. O publicitário inventou uma fofoca boa o suficiente para o homem e a mulher conversarem no intervalo da novela. De preferência envolvendo consumo, logo, o sistema. Um sistema tão mediano, sem critérios nobres ou causa primordial que acaba sendo aceito como uma coca é, para matar a sede. It works babe. Há muito tempo.
Sugerir sempre foi o meu forte, admito. Convencia minha mãe a comprar miojo da turma da mônica só porque vinha com figurinha, mandiopã porque estourava, arminha de plástico com suco de uva dentro que você chupava pelo calibre porque era arma, simplesmente eu improvisava. TUDO, tu-do por um SÓ motivo. O meu, independente da merda do argumento.
É comum eu ouvir "caralho, para de falar que você tá entrando na minha mente". Na agronomia me falavam pra ser vendedora, colunista de orelha de livro e sinopse de filme, advogada e até de
boca-de-urna (no máximo vereadora eleita para câmara jovem no qual meu passado condena-me e açoita). Não dava pra ser NADA disso mal conseguindo dobrar uma camiseta no meu próprio armário, ou decorar direito penal com tesão. Ainda acho bárbaro como crítico de cinema fala tanta bosta acerca de um filme. Parece enólogo aspirando vinho caro: notas de ácaro misturadasao dendê oleoso que sai do couro flagrado em pólen das uvas sinfônicas na Baviera" e por aí vai...Como diria meu avô: - Esse cara que escreve isso de vinho, só pode ser um animal"
Fato era que ali naquele curso de japonês CDF eu era uma ameba. Acho que eu nem existi ali pra classe, professores, tia da faxina etc.
EU PRECISAVA manter meu ego em ordem, tava me desmoronando tomar pau em um monte de matéria que para mim tava mais pra relatórios secretos da alta cúpula alienígena, para dominar o universo. Em sânscrito venusiano, fique claro.
"Faça um curso que pareça um hobby, quem sabe você não vira nerd nele?" Dizia minha consciência. Acatei a ordem e posso dizer que hoje, com um ano
para acabar a faculdade de comunicação, não me arrependo. Eu sou medíocre mas desenvolvo métodos para isso. O principal é fazer de tudo um pouco, mas só se relamente lhe
desperta a curiosidade de aprender o essencial para te ajudar a desenvolver uma ideia. Não se apegue à expertise da coisa. Tem gente que fica a vida inteira afiando uma faca
pra descascar a laranja e quando vai chupar o suco ela tá passada. Seja um canivete, talvez nenhuma ferramenta funcione direito mas funciona qdo vc só tem o canivete.
Seja um merda, mas seja um merda bom fazendo sua merda. Pior é viver com um intestino preso.

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